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Asma Brônquica

SOBRE A ASMA

A asma ainda é um problema, pois é uma doença que acomete cerca de 358 milhões de pessoas em todo o mundo.1 Cerca de 70 % também são alérgicas, sendo que 60% são crianças. Na segunda metade do século 20, no ocidente, a asma foi a única doença crônica tratável que aumentou em prevalência e em número de internações. A asma é responsável por cerca de 495.000 mortes2 a cada ano, com mais de 80% ocorrendo em países de baixa e média renda.3

A asma ainda é muitas vezes subdiagnosticada e subtratada, criando um problema substancial para os indivíduos e suas famílias.

Segundo o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), ligado ao Ministério da Saúde, em 2013 ocorreram no Brasil mais de 120.000 internações por asma, com 2.047 mortes com média de 5 óbitos/dia.4

De acordo com os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) nos Estados Unidos, 1 em cada 13 pessoas tem asma, sendo mais comum em crianças do que em adultos.5

A asma é a doença crônica mais comum entre as crianças e a maior causa de absenteísmo escolar.

No Brasil o número absoluto de mortes relacionadas com a asma em 2014 foi de 2.096,6 sendo ainda a terceira causa de morte em crianças e adultos jovens. Muitas dessas mortes são evitáveis com tratamento e cuidados adequados.

Nos Estados Unidos os adultos com asma são quase cinco vezes mais propensos a morrer de asma do que as crianças.7

A asma causa forte consequência incapacitante com magnitude semelhante à osteoartrite, diabetes, esquizofrenia e cirrose hepática.

A asma é mais comum em mulheres adultas do que em homens adultos. Por outro lado, é mais comum em crianças do que em adultos e mais comum em meninos do que em meninas.8,9

A maior prevalência de asma clínica foi observada na Austrália (21,5%) e na Suécia (20,2%).10

Segundo o CDC, entre 2011 e 2014, a prevalência de asma foi de 8,8% entre os adultos, foi maior entre os obesos (11,1%) em comparação aos adultos com peso normal (7,1%) e adultos com sobrepeso (7,8%).11

Mortes devido à asma são incomuns, mas são motivo de séria preocupação porque muitas delas podem ser prevenidas.

A asma é frequentemente controlável com corticoides inalados em baixas doses.

A exposição passiva ao tabagismo foi confirmada como fator de risco para asma, tanto na infância quanto na idade adulta. A exposição pré-natal à fumaça do tabaco também é importante. Esta é considerada uma relação causal, o que implica que a prevalência (e gravidade) da asma diminuiria se a exposição à fumaça do tabaco fosse reduzida.12

A fumaça do cigarro é também fator importante que contribui para a gravidade da asma,13 atuando através do aumento da resistência dos pacientes aos corticoides,14 determinando mais sintomas, exacerbações mais frequentes e mais severas.15,16

Referências

01.Global Initiative for asthma. Global strategy for asthma management and prevention updated 2020, 2020. Available: https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2020/04/ GINA-2020-Appendix_final-wms.pdf

02.GBD 2017 Causes of Death Collaborators. Global, regional, and national age-sexspecific mortality for 282 causes of death in 195 countries and territories, 1980-2017: a systematic analysis for the global burden of disease study 2017. Lancet 2018; 392:1736-88.

03.Organization WH. Asthma, 2018. Disponível em: https://wwwwhoint/news-room/q-adetail/asthma Acesso em: 05 de janeiro de2020. 04. Cardoso TA, Roncada C, Silva ER, Pinto LA, Jones MH, Stein RT, Pitrez PM. Impacto da asma no Brasil: ana´lise longitudinal de dados extrai´dos de um banco de dados governamental brasileiro J.Bras Pneumol 2017; 43:163-168.

05.Centers for Disease Control and Prevention. (2020). 2019 National Health Interview Survey data. U.S. Department of Health & Human Services. Retrieved from: https://www.cdc.gov/asthma/nhis/2019/data.htm. Acsso em: 20/06/2021

06.Graudenz GS, Carneiro DP, Vieira RP. Tendências da mortalidade da asma nas faixas etárias de 0 a 4 anos e 5 a 34 anos no Brasil. J Bras Pneumol 2017; 43:24-31.

07.National Center for Health Statistics. National Vital Statistics System: Mortality (1999-2018). U.S. Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention. Disponível em: https://wonder.cdc.gov/ucd-icd10.html. Acesso em: 20/06/2021.

08.Dodge RR, Burrows B. The prevalence and incidence of asthma and asthma-like symptoms in a general population sample. Am Rev Respir Dis 1980; 122:567-75.

09.Broder I, Higgins MW, Mathews KP, Keller JB. Epidemiology of asthma and allergic rhinitis in a total community Tecumesh, Michigan: III. Second survey of the community. J Allergy Clin Immunol 1974; 53:127-38.

10.Enilari, O, Sinha, S. The Global Impact of Asthma in Adult Populations. Annals of Global Health 2019; 85 (1), p.2. DOI: http://doi.org/10.5334/aogh.2412.

11.Centers for Disease Control and Prevention. Current asthma prevalence by weight status among adults: United States 2001-2014. NCHS Data Brief No. 239, March 2016. http://bit.ly/2NfyQGI. Acesso em 25 de julho de 2019.

12.Fischer GB, Araújo AJ. — Malefícios do Tabagismo Passivo. In : Luiz Fernando Ferreira Pereira., Tabagismo Prevenção e Tratamento . Rio de Janeiro: DiLivros; 2021:109-125.

13.Brinke A, Zwinderman AH, Sterk PJ, Rabe KF, Bel EH. Factors associated with persistent airflow limitation in severe asthma. Am J Respir Crit Care Med 2001; 164:744-8.

14.Thompson NC, Spears M. The influence of smoking on the treatment response in patients with asthma. Curr Opin Allergy Clin Immunol 2005; 5:57-63.

15.Silverman RA, Boudreaux ED, Woodruff PG, Amargo CA Jr. Cigarette smoking among asthmatic adults presenting to 64 emergency departments. Chest 2003; 123:1472-9.

16.James AL, Palmer LJ, Kicic E, Maxwell PS, Lagan SE, Ryan GF, Musk AW. Decline in lung function in the Busselton Health Study: the effects of asthma and cigarette smoking. Am J Respir Crit Care Med 2005 Jan 15; 171(2):109-14.