Informações Médicas

Home Versão em PDF
Copyright © 1997 - 2025 Dr. Pierre d'Almeida Telles Filho

Asma

Tratamento da Asma Situações Específicas

TRATAMENTO DA ASPERGILOSE BRONCOPULMONAR ALÉRGICA

Objetivos

Aliviar os sintomas, controlar a asma, prevenir as exacerbações da aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA) e a sua progressão com a finalidade de reduzir a carga antigênica e impedir o dano irreversível pulmonar devido às bronquiectasias e à fibrose pulmonar.

Controle

O monitoramento de resposta ao tratamento é efetuado através de revisão clínica, dosagem da IgE total, radiografia de tórax e espirometria após 8 semanas de tratamento.1 Uma resposta considerada positiva ao tatamento se traduz por melhora clinicorradiológica e redução ≥ 20% na IgE total.2 Após a conclusão do tratamento, a dosagem da IgE total deve ser feita regularmente a cada três meses para se identificar o risco de futura exacerbação. Se houver piora clínica ou radiológica junto à elevação da IgE ≥50% a exacerbação da ABPA é bastante prezumível.3,4

Estratégia

O tratamento da ABPA se baseia em dois pilares: o controle de inflamação e a redução da colonização fúngica. Para o controle inflamatório, são utilizados agentes anti-inflamatórios, como os corticoides ou medicamentos biológicos que agem na resposta imune Tipo 2. Já para combater a presença do fungo nas vias aéreas, são empregados agentes antifúngicos.

A monoterapia com prednisolona oral ou itraconazol é p. ex., a recomendação para o tratamento da ABPA aguda (recém-diagnosticada ou exacerbação), sendo, entretanto, os corticoides orais o tratamento de ação mais rápido para a ABPA aguda, com a combinação de prednisolona e itraconazol apenas para o tratamento de exacerbações recorrentes da ABPA.

O tratamento da ABPA varia, portanto, conforme a gravidade, controle da asma e presença de bronquiectasia.

Sem bronquiectasia e asma controlada: apenas otimização do tratamento da asma,5 sem corticoides ou azóis.

Casos recém-diagnosticados ou exacerbações: prednisolona oral ou itraconazol oral por 4 meses.

  • Prednisolona: preferida quando há contraindicação a azóis.

  • Itraconazol: preferido quando há risco de efeitos adversos dos corticoides.

  • Combinação por 2 semanas pode acelerar melhora; uso combinado por 4 meses só é indicado em exacerbações recorrentes com bronquiectasia extensa ou eosinofilia ≥1.000 células mm3.6

Alternativas: voriconazol se intolerância ou resistência ao itraconazol, e posaconazol,1 isavuconazol ou biológicos apenas quando as opções anteriores não forem viáveis.

Medicamentos Disponíveis para o Tratamento da ABPA:1

Corticoides Sistêmicos

Prednisolona: 0,5 mg·kg−1·dia−1 por 2 semanas, seguido de 0,5 mg·kg−1·dia−1 em dias alternados por 8 semanas; depois, reduzir em 5 mg a cada 2 semanas e descontinuar ao longo de 3 a 5 meses.

ou

0,5, 0,25 e 0,125 mg·kg−1·dia−1, por 4 semanas cada; depois, reduzir gradualmente em 5 mg a cada 2 semanas até a descontinuação.

Deflazacort: 0,75 mg·kg−1·dia−1 por 4 semanas; diminuir pela metade a cada 4 semanas pelos próximos 2 meses; depois reduzir em 6 mg a cada 2 semanas e descontinuar até completar 4 meses.

Antifúngicos:

Itraconazol cápsula: 400 mg·dia−1 em duas doses divididas por 4 meses; dose máxima de 600 mg·dia−1; deve ser administrado com as refeições para melhorar a absorção.

Voriconazol comprimidos: 400 mg·dia−1 em duas doses divididas; dose máxima de 600 mg·dia−1; deve ser administrado com o estômago vazio.

Posaconazol Suspensão oral: 800 mg·dia−1 (suspensão oral) em duas doses divididas.

Posaconazol (comprimido de liberação retardada): 300 mg uma vez ao dia.

Isavuconazol: 200 mg·dia−1 uma vez ao dia; sem relação com a ingestão alimentar.

Anfotericina B desoxicolato nebulizada: 10 mg duas vezes ao dia, quatro a seis vezes por semana.

Anfotericina B lipossomal nebulizada: 25–50 mg, duas a três vezes por semana.

Agentes Biológicos

Omalizumabe: A dose é baseada no peso corporal e nos valores séricos de IgE total, não excedendo 375 mg por injeção subcutânea duas vezes ao mês. Aprovado para crianças com idade ≥6 anos.

Mepolizumabe: 100 mg, por via subcutânea, mensalmente por 6 meses – Aprovado para crianças com idade ≥6 anos na dose de 40 mg a cada quatro semanas.

Benralizumabe: Injeção de 30 mg por via subcutânea, a cada 4 semanas por três doses e a cada 8 semanas por ≥4 meses.

Dupilumabe: Injeção por via subcutânea de 600 mg, seguida de 300 mg a cada 2 semanas por ≥6 meses

Tezepelumabe: Injeção por via subcutânea de 210 mg, a cada 4 semanas por ≥4 meses

Os corticoides inalatórios (CIs) são úteis para o controle da asma e podem ser utilizados normalmente para seu tratamento, visando reduzir a inflamação das vias aéreas, em associação aos broncodilatadores LABA (Long-acting-beta2 agonist), como tratamento de manutenção/alívio, com o objetivo de reduzir riscos futuros como a ocorrência de episódios de exacerbação. No entanto, o uso exclusivo de doses elevadas de CIs não é suficiente para alcançar o controle imunológico da ABPA nem para diminuir as suas exacerbações ao serem utilizados como tratamento para ABPA.7-9

O uso do itraconazol em pacientes com ABPA é capaz de reduzir a dose de corticoide oral (CO) e melhorar o controle da asma, reduzindo o grau de colonização fúngica.10-12 Preconiza-se um ciclo de 16 semanas (para evitar a indução de resistência ao azol) na dose de 200 mg PO a cada 12 h, com monitorização da função hepática rigorosa e da suprarrenal.10 O tratamento com o itraconazol reduz os títulos de anticorpos contra o Aspergillus e a eosinofilia, quando comparado ao placebo, reduz a IgE, reduz os infiltrados ao RX e melhora a tolerância ao exercício.

O voriconazol tem sido utilizado no tratamento da ABPA com resultados terapêuticos muito satisfatórios.13-15 A dose preconizada é de 200 mg, duas vezes ao dia por seis meses. Considerar seu uso no caso da falência do tratamento com itraconazol ou intolerância.16 As enzimas hepáticas devem ser monitoradas com cautela, em face dos efeitos inibitórios no citocromo P450 e das interações medicamentosas. Outra alternativa, o posaconazol (800 mg/dia), proporciona melhora clínica com redução na necessidade de CO, favorece o controle da asma e diminuição dos níveis de IgE.17

O isavuconazol é um novo azol aprovado para tratamento primário da aspergilose pulmonar invasiva. O primeiro relato do uso de isavuconazol para o tratamento de ABPA ocorreu em paciente adulto com asma e insucesso no tratamento com corticoides, itraconazol e voriconazol.18 O paciente tolerou bem o isavuconazol, teve melhora sintomática acentuada e demonstrou relação VEF1/CVF normal pela primeira vez em 7 anos após o diagnóstico de ABPA. O tratamento com isavuconazol é geralmente seguro e bem tolerado, entretanto, não se dispõe ainda de estudos na ABPA com isavuconazol em larga escala.

A utilização do omalizumabe, um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado derivado de DNA recombinante contra IgE, foi inicialmente avaliada por Tillie-Leblond et al.19 que realizaram um estudo de braço único durante um ano em 16 casos com ABPA, quando obtiveram redução significativa da taxa de exacerbação e da necessidade de corticoides sistêmicos. Voskamp et al.20 realizaram um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado, de quatro meses de duração. Após um período de washout, treze pacientes com asma e ABPA foram identificados e receberam 375 mg de omalizumabe a cada 2 semanas por 4 meses. Quando comparado ao grupo placebo as exacerbações de ABPA ocorreram em menor frequência durante o tratamento com omalizumabe – 2 vs. 12 eventos. A fração exalada do óxido nítrico (FeNO) teve queda de 30,5 para 17,1 ppb após o tratamento com o fármaco, mas sem repercussão na função pulmonar. Atualmente a dose preconizada é baseada no peso corporal e nos valores séricos de IgE total, não excedendo 375 mg por injeção subcutânea duas vezes por mês, para pacientes refratários ou intolerantes à primeira linha de tratamento.

Os biológicos que atuam na inflamação Tipo 2 alta, da mesma forma que o omalizumabe, devem ser reservados para pacientes com contraindicações aos corticoides e tiazólicos, falta de resposta ao tratamento de primeira linha ou para aqueles com asma mal controlada.21

A maioria das evidências sobre biológicos na ABPA está relacionada ao omalizumabe. A administração de omalizumabe para seu tratamento tem demonstrado melhora significativa nos sintomas, redução das exacerbações da asma e das hospitalizações, além de promover a melhora da função respiratória e permitir a redução da necessidade de CO, sendo bem tolerado. 22,23

A maioria dos pacientes com ABPA apresenta níveis basais de IgE superiores a 1.000 UI/mL, frequentemente ultrapassando o limite da faixa de medição disponível nas tabelas de dosagem. Consequentemente, os parâmetros atuais para o cálculo da dose de omalizumabe muitas vezes se mostram insuficientes na prática clínica, resultando em uma dosagem subótima devido aos níveis significativamente elevados de IgE, característicos dessa condição. No entanto, um estudo randomizado e controlado por placebo demonstrou que, apesar dos altos níveis de IgE em pacientes com ABPA, a dose de rotina de omalizumabe (375 mg a cada 2 semanas como injeção subcutânea) pode ser suficiente para provocar benefícios clínicos e imunológicos nesses pacientes.20

Outros ensaios clínicos avaliaram a eficácia dos biológicos mepolizumabe, benralizumabe, dupilumabe e tezepelumabe em pacientes com asma grave e ABPA e evidenciaram a característica propriedade de agente poupador de CO, assim como a redução nas exacerbações da asma e hospitalizações.4,24-29 Apesar dos resultados promissores, o uso desses medicamentos na ABPA ainda é considerado off-label, devido à ausência de ensaios clínicos randomizados que sustentem sua indicação formal.3

Tomomatsu et al.30 analisaram 29 casos de asma complicada por ABPA e constataram que o tratamento com anti-IL-5/IL-5Rα – mepolizumabe ou benralizumabe reduziu significativamente a taxa de exacerbação e a dose de CO, proporcionando melhora na função respiratória. Um dado adicional importante se refere à melhora na redução dos tampões de muco após o tratamento que foi alcançada em 76% dos tratados com mepolizumabe e em todos os pacientes tratados com benralizumabe.30

Um estudo analisando dados administrativos de pacientes com ABPA entre 2016 e 2022, observou que o número de prescrições de medicamentos biológicos mais que dobrou, enquanto as prescrições de antifúngicos e corticoides apresentaram redução.31 Esses resultados ressaltam a necessidade de estudos comparativos de eficácia entre os biológicos e os tratamentos-padrão para ABPA.

Referências

01.Agarwal R, Sehgal IS, Muthu V, Denning DW, Chakrabarti A, Soundappan K, et at. Revised ISHAM-ABPA working group clinical practice guidelines for diagnosing, classifying and treating allergic bronchopulmonary aspergillosis/mycoses. Eur Respir J. 2024; 63:2400061.

02.Agarwal R, Sehgal IS, Muthu V, Dhooria S, Prasad KT, Aggarwal AN, Garg M, Rudramurthy SM, Chakrabarti A. Long-term follow-up of allergic bronchopulmonary aspergillosis treated with glucocorticoids: A study of 182 subjects. Mycoses 2023; 66:953-959.

03.Agarwal R, Muthu V, Sehgal IS. Allergic Bronchopulmonary Aspergillosis. In: Jackson DJ, McDonald VM, Pavord ID, eds. Asthma (ERS Monograph). Sheffield, European Respiratory Society, 2025: 352–372.

04.Agarwal R , Aggarwal AN , Sehgal IS , et al. Utility of IgE (total and Aspergillus fumigatus specific) in monitoring for response and exacerbations in allergic bronchopulmonary aspergillosis . Mycoses 2016 ; 59 : 1 – 6 .

05.Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2025.
Updated Maio 2025. Disponível em: www.ginasthma.org

06.Agarwal R, Muthu V, Sehgal IS, Dhooria S, Prasad KT, Garg M, Aggarwal AN, Chakrabarti A. A randomised trial of prednisolone versus prednisolone and itraconazole in acute-stage allergic bronchopulmonary aspergillosis complicating asthma. Eur Respir J. 2021; 59:2101787.

07.Agarwal R, Khan A, Aggarwal AN, Saikia B, Gupta D, Chakrabarti A. Role of inhaled corticosteroids in the management of serological allergic bronchopulmonary aspergillosis (ABPA). Intern Med 2011; 50:855-860.

08.Balter MS, Rebuck AS. Treatment of allergic bronchopulmonary aspergillosis with inhaled corticosteroids. Respir Med 1992; 86:441-2.

09.Inhaled beclomethasone dipropionate in allergic bronchopulmonary aspergillosis. Report to the Research Committee of the British Thoracic Association. Br J Dis Chest 1979; 73:349-356.

10.British Guideline on Management of Asthma – British Thoracic Society Scottish – Intercollegiate Guidelines Network. Thorax 2008; 63(suppl IV):iv1-iv121.

11.Pharmacological management of asthma. Evidence table 4.19: Allergic bronchopulmonary aspergillosis. Edimburg: SIGN; 2002. Disponível na URL: http//www.sign.ac.uk/guidelines/published/support/guideline63/index.html

12.Wark PAB, Gibson PG, Wilson AJ. Azoles for allergic bronchopulmonary aspergillosis associated with asthma (Cochrane review). In: The Cochrane Library, Issue 3, 2004. London: John Wiley & Sons Ltd.

13.Mulliez P, Croxo C, Roy-Saint Georges F, Darras A. Allergic bronchopulmonary aspergillosis treated with voriconazole. Rev Mal Respir 2006; 23:93-94.

14.Bandres Gimeno R, Munoz Martinez MJ. Prolonged theraputic response to voriconazole in a case of allergic bronchopulmonary aspergillosis. Arch Bronconeumol 2007; 43:49-51.

15.Erwin GE, Fitzgerald JE. Case report: allergic bronchopulmonary aspergillosis and allergic fungal sinusitis successfully treated with voriconazole. J Asthma 2077: 44:891-895.

16.Karen C, Patterson, Mary E, Strek. Diagnosis and treatment of pulmonary aspergillosis syndromes. Chest 2014; 146:1358-1368.

17.Chishimba L, Niven RM, Cooley J, Denning DW. Voriconazole and posaconazole improve asthma severity in allergic bronchopulmonar aspergillosis and severe asthma with fungal sensitization. J Asthma 2012; 49:423-33.

18.Jacobs SE, Saez-Lacy D, Wynkoop W, Walsh TJ. Successful treatment of allergic bronchopulmonary aspergillosis with isavuconazole: case report and review of the literature. Open Forum Infect Dis 2017; 4:ofx040. doi: 10.1093/ofid/ofx040.

19.Tillie-Leblond I, Germaud P, Leroyer C, Tétu L, Girard F, Devouassoux G, Grignet JP, Prudhomme A, Dusser D, Wallaert B. Allergic bronchopulmonary aspergillosis and Omalizumab. Allergy 2011; 66:1254-6.

20.Voskamp AL, Gillman A, Symons K, Sandrini A, Rolland JM, O'Hehir RE, Douglass JA. Clinical efficacy and immunologic effects of omalizumab in allergic bronchopulmonary aspergillosis. J Allergy Clin Immunol Pract 2015; 3:192–199.

21.Agarwal R, Muthu V. Benralizumab as a First-line Treatment for ABPA: Is It Really Indicated? Intern Med 2021; 60:2519.

22.Jin M, Douglass JA, Elborn JS, Agarwal R, Calhoun WJ, Lazarewicz S, Jaumont X, Yan M. Omalizumab in Allergic Bronchopulmonary Aspergillosis: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Allergy Clin Immunol Pract 2023; 11:896-905.

23.Koutsokera A, Corriveau S, Sykes J, Coriati A, Cortes D, Vadas P, Chaparro C, McIntyre K, Tullis E, Stephenson AL. Omalizumab for asthma and allergic bronchopulmonary aspergillosis in adults with cystic fibrosis. J Cyst Fibros 2020; 19:119-124.

24.Kao CC, Hanania NA, Parulekar AD. The impact of fungal allergic sensitization on asthma. Curr Opin Pulm Med 2021; 27:3-8.

25.Ramonell RP, Lee FE, Swenson C, Kuruvilla M. Dupilumab treatment for allergic bronchopulmonary aspergillosis: A case series. J Allergy Clin Immunol Pract 2020; 8:742-743.

26.Soeda S, Kono Y, Tsuzuki R, Yamawaki S, Katsube O, To M, To Y. Allergic bronchopulmonary aspergillosis successfully treated with benralizumab. J Allergy Clin Immunol Pract 2019; 7:1633-1635.

27.Pérez de Llano LA, Cosío BG, Domingo C, Urrutia I, Bobolea I, Valero A, Entrenas Costa LM, Quirce S, Barranco P, Marina Malanda N, Andrés LP, Alvarez-Gutiérrez FJ. Efficacy and Safety of Reslizumab in Patients with Severe Asthma with Inadequate Response to Omalizumab: A Multicenter, Open-Label Pilot Study. J Allergy Clin Immunol Pract 2019; 7:2277-2283.e2.

28.Schleich F, Vaia ES, Pilette C, Vandenplas O, Halloy JL, Michils A, Peche R, Hanon S, Louis R, Michel O. Mepolizumab for allergic bronchopulmonary aspergillosis: Report of 20 cases from the Belgian Severe Asthma Registry and review of the literature. J Allergy Clin Immunol Pract 2020; 8:2412-2413.e2.

29.Ogata H, Sha K, Kotetsu Y, Enokizu-Ogawa A, Katahira K, Ishimatsu A, Taguchi K, Moriwaki A, Yoshida M. Tezepelumab treatment for allergic bronchopulmonary aspergillosis. Respirol Case Rep 2023; 11:e01147.

30.Tomomatsu K, Yasuba H, Ishiguro T, Imokawa S, Hara J, Soeda S, Harada N, Tsurikisawa N, Oda N, Katoh S, Numata T, Sugino Y, Yamada M, Kamimura M, Terashima T, Okada N, Tanaka J, Oguma T, Asano K. Real-world efficacy of anti-IL-5 treatment in patients with allergic bronchopulmonary aspergillosis. Sci Rep 2023; 13:5468. https://doi.org/10.1038/s41598-023-32246-8

31.Pang, B, Kearney, C et al. Trends in the Treatment of Allergic Bronchopulmonary Aspergillosis. Ann Am Thorac Soc 2025; 22:620–623.