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Asma

TIPOS DE ASMA

DOENÇA RESPIRATÓRIA EXACERBADA POR ASPIRINA, RINOSSINUSITE,
PÓLIPOS NASAIS

 

Em 1902, quatro anos após a introdução comercial da aspirina foi descrito o primeiro caso de efeito adverso agudo angioedema/urticária – por Hirschberg.1 Em 1919 Cooke2 relatou pela primeira vez broncospasmo agudo cerca de quinze a vinte minutos após a ingestão de aspirina, induzindo asma grave em nove de quinze casos, sendo um de asma quase fatal. Relatou eosinofilia marcante nestes pacientes que apresentaram testes cutâneos para a aspirina negativos.

A primeira associação entre sensibilidade à aspirina, asma e pólipos nasais foi descrita como uma tríade clínica por Widal et al.3 em 1922. No entanto, somente em 1968 quando Samter e Beers4 relataram pacientes com a tríade de sintomas que a condição foi reconhecida e popularizada como “Tríade de Samter”.

Com o decorrer do tempo, entretanto, percebeu-se que a sensibilidade não era exclusiva da aspirina, mas reação compartilhada com outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

A Rinossinusite Crônica (RSC) é uma doença heterogênea e pode ser classificada com base na presença ou ausência de pólipos nasais (PN).

A RSCsPN é definida pela inflamação da mucosa dos seios paranasais e cavidade nasal por mais de 12 semanas, na ausência de pólipos nasais visíveis ao exame de rinoscopia/endoscopia.5

Tabela 1 – Critérios Diagnósticos para Rinossinusite Crônica

Doze ou Mais Semanas de:

Dois ou Mais Sintomas
e
Um ou Mais Achados
● Congestão Nasal   ● Inflamação dos Seios da Face na TC ou Exame
● Obstrução Nasal ● Endoscopia Nasal com Secreção Purulenta
● Dor / Pressão / Plenitude Facial  
● Secreção Purulenta  
● Hiposmia / Anosmia  

A Doença Respiratória Exacerbada pela Aspirina (AERD) antigamente chamada asma induzida por aspirina (AIA) ou Tríade de Samter, na realidade, se caracteriza pela tétrade clínica de asma, pólipos nasais, sensibilidade à aspirina e eosinofilia. A RSCcPN é uma comorbidade muitas vezes associada à exacerbação respiratória por AINEs, especialmente em casos graves.6

1. Fenótipos Clínicos e Endotípico da RSCcPN (o que o médico observa)

● RSCcPN isolada: pólipos nasais, obstrução nasal, hiposmia/anosmia, rinorreia posterior.

● RSCcPN + asma: sintomas nasais + dispneia/sibilos/limitação ao esforço.

● RSCcPN + asma + intolerância à Aspirina/AINEs: quadro clássico da Doença Respiratória Exacerbada por Aspirina AERD/DREA com maior gravidade e refratariedade para o tratamento convencional.

A maior parte dos pólipos nasais se origina nos seios etmoidais (70-80%), especialmente no meato médio, região do complexo óstio-meatal, cuja superfície mucosa é rica em glândulas e exposta à inflamação crônica.7

A AERD é um subtipo distinto e importante de asma e RSCcPN e reações de hipersensibilidade acometendo tanto o trato respiratório superior como as vias aéreas inferiores após exposição à aspirina, servindo como modelo muito útil para se entender e descrever fenótipos e endótipos de doenças inflamatórias crônicas das vias aéreas.

A prevalência da AERD é incerta, pois varia bastante de acordo com a população e os critérios diagnósticos adotados. Apesar disso, podemos observar algumas tendências:

  ● Na população geral, a prevalência fica entre 0,3% e 12,4%.8,9
  ● Para adultos com asma, a média é de 5,5 a 21%, com prevalência média de 7,1%; na asma grave 15%.8,9
  ● A prevalência alcança 24% naqueles internados em unidades de terapia intensiva.10
  ● Entre indivíduos com RSC, os números são ainda mais altos, com prevalência entre 30% e 40%.9
  ● No geral a asma afeta 30-70% dos pacientes com RSCcPN.
  ● Entre 36% e 96% dos pacientes com asma intolerantes à aspirina, já tinham pólipos nasais.11

O diagnóstico de AERD é quase certo em pacientes RSCcPN e asma que tiveram duas ou mais reações a diferentes inibidores da COX-1, ou que foram hospitalizados após exposição a esses medicamentos.12

Contudo, nem todas as reações são tão graves. Muitos pacientes apresentam sintomas mais leves e inespecíficos, como congestão nasal e rinite leve cerca de uma hora após o uso de um AINE. Alguns podem até relatar que as reações não ocorrem em todas as exposições. Pacientes com AERD continuam a apresentar asma severa persistente, perene, mesmo após anos de suspensão de aspirina ou AINE. A AERD geralmente é severa sendo que cerca de 50% dos pacientes necessitam de corticoides por via oral para controlar a doença. Nesses casos mais ambíguos, um teste de provocação torna-se necessário para confirmar o diagnóstico.

A AERD é significativamente menos comum em crianças do que em adultos. A maior incidência ocorre em mulheres adultas, na proporção de 2,3:1 em relação aos homens.13-18 O paciente típico é uma mulher na terceira ou quarta décadas de vida e frequentemente, não atópica. Além do que, as pacientes do sexo feminino tendem a apresentar o início dos sintomas mais cedo (cerca de três anos antes dos homens) com progressão mais rápida para asma grave.

Com o passar dos meses ocorrem congestão nasal crônica (92%), rinorreia (89%), espirros (51%) e redução na olfação (65%), evidenciando no exame físico polipose nasal.19-21 Subsequentemente, desenvolve-se asma e posteriormente intolerância química à aspirina. Aproximadamente 10% dos pacientes apresentam urticária e/ou angioedema ou exacerbação de urticária preexistente.22 Em cerca de 6% dos pacientes identifica-se história de intolerância familiar à aspirina.14

Apresentam sinusite de vários seios paranasais durante a doença. A inflamação dos seios é acompanhada de anosmia recorrente, infecção e às vezes há necessidade de cirurgia para a remoção de pólipos para alívio da congestão crônica. Opacificação de um ou mais seios da face nas radiografias simples pode ser encontrada em 90% dos pacientes e às vezes, nível hidroaéreo. A tomografia computadorizada (TC) é um exame importante quando do planejamento pré-operatório para cirurgia endoscópica funcional dos seios paranasais. A TC demonstra a localização e a extensão da polipose, além de detectar possíveis variações anatômicas, prevenindo complicações durante o procedimento cirúrgico.23 A TC é ainda relevante no acompanhamento evolutivo de pacientes em tratamento com imunobiológicos.7,24

A rinite alérgica constitui uma comorbidade prevalente em indivíduos com RSC. Dados demonstram que aproximadamente 40% desses pacientes apresentam perfil atópico, enquanto 60% restantes correspondem a não atópicos.25 Por outro lado a associação com a asma foi mais forte naqueles que relataram RSC e rinite alérgica, no entanto, a RSC na ausência de rinite foi positivamente associada à asma de início tardio.26

Em detalhado estudo de Kahn et al.27 cerca de 50–70% dos pacientes com asma ou RSCcPN, ambos com formas moderadas a graves, evidenciaram pelo menos uma outra comorbidade inflamatória tipo 2 (T2C), e muitos apresentavam duas ou mais. Essas comorbidades eram geralmente leve ou moderada, e menos frequentemente grave, tanto nas coortes dos EUA quanto em países europeus. Os achados confirmam observações anteriores em doenças tipo 2 moderadas ou graves.

Entretanto, é fundamental distinguir que a RSCcPN da AERD é uma condição distinta da rinite alérgica clássica, caracterizada por inflamação Tipo 2, mas nem sempre desencadeada por alérgenos inalatórios comuns – isto significa que muitos pacientes com AERD têm testes alérgicos negativos – são não atópicos. Por isso citamos que a intolerância à aspirina não é uma reação alérgica mediada por IgE, mas uma hipersensibilidade tipo VII28 associada à desregulação na via do ácido aracdônico.29,30

Kahn et al. analisaram alguns estudos observacionais da prevalência da gravidade de comorbidades relacionadas à inflamação tipo 2 e encontraram dados de 48% de pacientes com RSCcPN e asma comórbida nos Estados Unidos, 43% na Itália de pacientes com as duas nosologias e relataram publicação da Dinamarca de um único centro com 40 pacientes consecutivos em que foi detectada prevalência de 65% de pacientes que apresentavam asma e RSCcPN.31

A doença respiratória exacerbada por anti-inflamatórios não esteroides (NERD) é uma entidade clínica caracterizada por asma, RSCcPN e reações após a ingestão de AINEs.4,6 Este grupo ocorre em 7 a 15% dos pacientes com asma e 30-40% daqueles com asma e RSCcPN.6,8 Cabe consideração em relação à distinção AERD vs NERD, que é mais uma questão de terminologia do que fisiopatológica. AERD foi o termo inicial centrado na aspirina; NERD é a versão moderna, englobando todos os AINEs COX-1. As diferenças (nuances) de prevalência que ocorrem quanto à prevalência de asma para cada grupo decorrem do critério utilizado nos estudos, não de mecanismos distintos de hipersensibilidade a cada fármaco.

A literatura atual sugere que pacientes com AERD apresentam alto risco de intolerância ao álcool. Foi observado que os pacientes com AERD desenvolvem reações respiratórias leves a moderadas quando bebem álcool. A prevalência de reações nas vias respiratórias superiores induzidas pelo álcool (rinorreia e / ou congestão nasal) em pacientes com AERD foi de 75% em comparação aos 33% naqueles com asma tolerante à aspirina. A prevalência de reações nas vias respiratórias inferiores pelo álcool (sibilos e / ou dispneia) foi de 51% em comparação aos 20% do encontrado em asmáticos que toleram a aspirina. Essas reações geralmente não eram específicas para um tipo de bebida alcoólica e muitas vezes ocorreram após a ingestão de apenas alguns goles da bebida.32 Pode ocorrer melhora na tolerância ao álcool após tratamento com dessensibilização à aspirina.33

2. Fenótipo Inflamatório

Tabela 2 – Fenótipos Inflamatórios (padrão de resposta imune predominante)

Fenótipo Inflamatório
Tipo (Th2 eosinofílico) ⟹ comum no Ocidente NÃO Tipo 2 (neutrofílico Th1/Th17) ⟹ freq na Ásia
● Eosinofilia tecidual e no sangue ● Predomínio de neutrófilos
● Aumento de IL-4, IL-5, IL-13 ● IL-17, IFN-γ, TNF-α
● Elevação da IgE ● Menor relação com atopia e com AERD
● Produção local de óxido nítrico  
● Maior associação com asma e inolerancia AINEs
 

Em países ocidentais, a RSCcPN é majoritariamente associada ao endótipo T2, com mais de 80% dos pacientes apresentando níveis elevados de citocinas do tipo 2 e citocinas eosinofílicas. A taxa de IgE total nestes pacientes pode ser normal. Todavia, embora a AERD não atópica seja comum, um subgrupo de pacientes desenvolve níveis elevados de IgE sérica total.34 Patologicamente a AERD está associada à ativação de mastócitos35-37 e à inflamação eosinofílica grave tecidual na mucosa respiratória.38 Já em populações asiáticas, se observa uma distribuição semelhante entre os endótipos T2 e não T2 (T1 e/ou T17).39

Segundo Stevens et al.40 a AERD pode ser diferenciada da RSCcPN por níveis elevados de eosinófilos, detectados pela proteína do grânulo de eosinófilos (ECP), mas não por elevações concomitantes nos mediadores inflamatórios tradicionais do tipo 2 envolvidos na proliferação e recrutamento de eosinófilos. Em outras palavras, a AERD que também apresenta características do tipo 2 pode ser diferenciada da RSCcPN pelo aumento da eosinofilia tecidual, mas isso não parece ser causado pelo excesso de mediadores inflamatórios eosinofílicos tradicionais. No entanto, outros fatores, incluindo Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos (GM-CSF), Monocyte Chemoattractant Protein-1 (MCP-1) e o Ativador do Pasminogênio Tecidual (tPA), podem ser importantes contribuintes para a eosinofilia, bem como para outras características da patogênese da AERD.40

3. Endótipo Molecular e Fisiopatológico

Tabela 3 – Endótipo Molecular e Fisiopatológico (mecanismos)

Endótipo Molecular e Fisiopatológico
● Desregulação da barreira epitelial (mais permeabilidade a alérgenos, poluentes, vírus, bactérias)
● Ativação de células epiteliais liberação de alarminas (TSLP, IL-25, IL-33)
● Ativação de células inatas adaptativas:
ILC2 e linfócitos Th2 IL-4, IL-5, IL-13 eosinófilos produção de IgE, remodelamento tecidual
Mastócitos e basófilos liberação de mediadores (histamina, prostaglandinas, leucotrienos)
 
● Distúrbios do metabolismo do ácido aracdônico (na AERD)
Diminuição da prostaglandina E2 (PGE2 protetora)
Aumento de leucotrienos cisteínicos (LTC4, LTD4, LTE4)
Exacerbação da inflamação e broncoconstrição

O dano epitelial resultaria em perda da função de barreira, permitindo que agentes nocivos penetrem diretamente na parede brônquica e alcancem a submucosa. Na submucosa, estas substâncias podem ativar células inflamatórias capazes de liberar mediadores inflamatórios que modulam o tônus do músculo liso peribrônquico. Além das infecções virais,41-43 o tabagismo,44 a colonização bacteriana45-47 e fatores ambientais relacionados à poluição48-50 podem conduzir à disfunção da barreira epitelial com o rompimento das junções estreitas.

O epitélio medeia processos inflamatórios complexos em resposta à exposição a alérgenos ou gatilhos não alérgicos, incluindo a liberação de um trio de citocinas epiteliais, conhecidas como "alarminas".51 As alarminas IL-25, IL-33 e Linfopoetina Estromal Tímica (TSLP) estimulam respostas inflamatórias por meio de inúmeras vias, incluindo endótipo Tipo 2 (IL-4, IL-13 e IL-5) e outros, como vias conduzidas por Th1 – ou Th17 – (IL-17), resultando em vários desdobramentos fisiopatológicos da asma.51,52

A fisiopatologia da AERD envolve a ação de citocinas como a IL-5 e a IL-13, liberadas em grande quantidade pelas células linfoides inatas do grupo 2 (ILC2).53 O epitélio das vias aéreas, que expressa receptores funcionais para essas moléculas,54 sofre alterações estruturais e funcionais quando estimulado. A sinalização combinada de IL-5 e IL-13 resulta na desestruturação do epitélio, mediada pela perda de junções estreitas e pela apoptose de células ciliadas. Paralelamente, a IL-13 estimula diretamente as células caliciformes a produzirem muco em excesso.55 Consequentemente, os pacientes com AERD apresentam hipersecreção de muco, que é não apenas mais abundante, mas também mais viscosa.56 Outra característica marcante da doença é a infiltração do epitélio brônquico por mastócitos, o que contribui para a inflamação local.57

4. A Teoria da Ciclooxigenase

Acredita-se que a patologia ocorra por uma desregulação da função da via 5-Lipoxigenase/leucotrieno C4 sintase (LTC4) levando à inibição específica da enzima ciclooxigenase (COX) pela aspirina (Figura 1). A COX existe na forma de duas isoenzimas, codificadas por genes distintos — a COX-1 constitutiva e a COX-2 indutível. As substâncias originadas a partir da atividade da COX-1 estão envolvidas em funções fisiológicas. Ao contrário, a COX-2 catalisa a produção das prostaglandinas que são mediadoras de processos inflamatórios. A COX-2 é induzida por estímulos inflamatórios em várias células como as do epitélio brônquico, fibroblastos, macrófagos alveolares e monócitos sanguíneos. Estas enzimas medeiam a oxigenação do ácido araquidônico, determinando a formação de prostaglandinas. Bloqueada esta via pela aspirina, acredita-se que haja desvio pela via da 5-lipooxigenase, formando-se então grandes quantidades de leucotrienos, considerados mediadores da AERD.58
 

Segundo Szczeklik,59 a aspirina promove a ativação dos cys-LTs pela supressão dos efeitos endógenos da PGE2 que apresenta importante papel na regulação da inflamação. A PGE2 através dos receptores prostanoides E2 produzida nos pulmões previne a excessiva atividade da via da 5-LO, inibe a transmissão colinérgica, a ativação e liberação de mediadores pelos mastócitos e a broncoconstrição induzida pela aspirina.

A AERD é caracterizada por quantidades aumentadas de LTC4 sintase, particularmente em eosinófilos e mastócitos. A atividade do complexo enzimático formador de leucotrieno é modulada pelas prostaglandinas E2 e D2. A inibição da produção de PGE2 (Figura 2) pela aspirina e AINEs resulta em aumento acentuado na síntese de LTC4 e em consequente broncoconstrição.

 

Na AERD, os AINEs inibem a ciclooxigenase alterando o metabolismo da 5-lipoxigenase gerando em excesso cys-LTs e grandes quantidades de prostaglandina D2 (PGD2) pelos mastócitos, causando broncospasmo.36 Um biomarcador para a função desregulada dos mastócitos na AERD é a excreção urinária elevada de metabólitos de cys-LTs, ou seja, LTE4 e o tetranor-PGDM, sendo este o produto dominante da ciclooxigenase dos mastócitos,60,61 durante uma provocação de aspirina oral.

Estudos demonstram que tanto a IL-33 quanto a TSLP são expressas fortemente pelo tecido de pólipos nasais de pacientes com AERD.62,63 Deste modo, a IL-33 é um componente de uma resposta imune inata tipo 2 conduzida por cys-LTs que leva à ativação patogênica de mastócitos e contribui substancialmente para a patogênese de AERD. Em um modelo em murídeos com AERD, o bloqueio da IL-33 e de seu receptor previne as mudanças induzidas pela aspirina na função pulmonar assim como a liberação de mediadores pelos mastócitos.62 Logo, é possível que drogas que bloqueiem as funções da IL-33 possam ter aplicações terapêuticas na AERD. O TSLP contribui para a geração de PGD2 pelos mastócitos, que por sua vez facilitam a eosinofilia tecidual na polipose nasal e na AERD.63

Tratamento

O tratamento segue as normais dos Guidelines da GINA, com o Corticoide Inalatório (CI) se mantendo como a base do tratamento da asma em pacientes com AERD, mas ressaltando que o tratamento com corticoide oral às vezes é necessário.64

Os corticoides se constituem na principal terapêutica para a inflamação das vias aéreas, principalmente no contexto de eosinofilia. O uso regular de corticoides intranasais demonstrou diminuir a eosinofilia, reduzir o tamanho dos pólipos, melhorar os sintomas nasossinusais65-67 e evitar o crescimento de pólipos após a polipectomia nasal.68

Os inibidores de receptor de leucotrienos (LTRA) também podem ser úteis se ainda, não testados.69,70 No entanto, observar os potenciais efeitos adversos neuropsiquiátricos do montelucaste.71

Evitar a utilização de AINEs. Se necessitar de analgesia dar preferência ao paracetamol que é um fraco inibidor da COX-1. Pacientes com AERD que utilizam o paracetamol para analgesia podem eventualmente apresentar reação cruzada.72 Iniciar o tratamento com metade de um comprimido e observar por 2 a 3 horas para verificar o aparecimento de sintomas que ocorrem em não mais do que 5% dos pacientes. O paracetamol é um inibidor fraco, tanto da COX-1 como da COX-2 e inibe uma isoenzima COX distinta, a COX-3. Inibe a COX-1 somente em doses muito altas, geralmente acima de 1000 mg. É rara a reação cruzada com a utilização de doses convencionais (< 650 mg).

Atualmente os inibidores seletivos da COX-2 são os AINEs que apresentam menor risco e, de acordo com as evidências de ensaios clínicos em pacientes com asma leve a moderada estável com AERD, a exposição aguda a esses fármacos pode ser considerada segura.73,74

Os produtos imunobiológicos estão indicados para os pacientes com asma T2 e RSCcPN:

O destaque é o Dipulimumabe, considerado o tratamento de primeira linha para pacientes com asma grave e RSCcPN concomitante, face à sua indicação formal e excelente eficácia para ambas as condições. Trata-se de anticorpo monoclonal antirreceptores IL-4 e IL-13, chaves na inflamação T2 e em dependentes de corticoide oral. Ele atua também reduzindo o tamanho dos pólipos, a opacificação dos seios da face e a gravidade dos sintomas, sendo bem tolerado.75-79

O Omazilumabe tem efeito moderado nesse tipo de pacientes. Sua ação sobre pólipos nasais e a hipersensibilidade à aspirina é muito pequena. Havia indicação na eventualidade de forte componente alérgico.

Um estudo efetuado entre setembro de 2021 e dezembro de 2024, duplo-cego, randomizado, em cerca de 100 hospitais ou centros clínicos de 17 países com pacientes com RSCcPN e asma comparou os biológicos dupilumabe e omalizumabe em 360 participantes que foram designados aleatoriamente (181 designados para o grupo dupilumabe e 179 designados para o grupo omalizumabe). Os benefícios foram significativamente maiores com dupilumabe do que com omalizumabe para todos os desfechos primários e secundários de eficácia na semana 24. O dupilumabe foi superior ao omalizumabe em pacientes com RSCcPN grave e asma concomitante. As diferenças médias dos mínimos quadrados na alteração do dupilumabe basal em relação ao omalizumabe foram: escore de pólipo nasal -1,60 (IC 95% -1,96 a -1,25; p<0,0001) e UPSIT 8,0 (6,3 a 9,7; p<0,0001).80

O Mepolizumabe, do grupo dos inibidores anti-IL-5 ou anti-IL-5R é uma opção eficaz. É o único deste grupo também indicado para a RSCcPN com eosinofilia.81 Já os outros dois fármacos, Benralizumabe e Reslizumabe podem também apresentar efeitos benéficos na inflamação nasossinusal.82,83

O Benralizumabe em relatos de pequenas séries se apresenta como terapêutica com evidências em ascensão.84,85 Mostrou-se eficaz na AERD, com bons resultados tanto na asma como na rinossinusite nasal, porém menos potente do que o Dipulimumabe e Mepolimumabe.

A cirurgia endoscópica dos seios da face é geralmente reservada a pacientes que não obtiveram benefício no tratamento médico convencional em relação aos sintomas. A cirurgia visa a remover pólipos, bem como melhorar o acesso ao tratamento tópico em curso, pois a eficácia dos corticoides intranasais inalados fica otimizada após a cirurgia do seio nasal. A cirurgia endoscópica geralmente envolve a remoção de pólipos que obstruem a cavidade nasal e procedimentos para remover pólipos que obstruem os seios paranasais. Uma revisão retrospectiva de 101 pacientes com AERD submetidos à polipectomia mostrou melhora nas vias aéreas nasais um ano após o procedimento em 60% dos pacientes.86 O mesmo estudo demonstrou que a asma um ano após a polipectomia melhorou subjetivamente em 30%, piorou em 14% e permaneceu inalterada no restante. English87 avaliou 205 pacientes com AERD e intolerância à aspirina. Os resultados indicaram melhora da asma por períodos relativamente longos e a possibilidade na redução do corticoide foi viável na maioria dos pacientes.

A dessensibilização com aspirina é recomendada para RSCcPN com AERD após a cirurgia. Evidências apoiam o uso de dessensibilização com aspirina para reduzir a recorrência do pólipo e reduzir a necessidade de outros medicamentos e melhorar escores de qualidade de vida.88,89

O teste de provocação ou dessensibilização com aspirina oral deve ser considerado em todos os pacientes com rinossinusite e asma que relatem qualquer história de sintomas respiratórios após a ingestão de medicamentos AINEs, pois 15 a 20% dos pacientes com asma que têm pansinusite e que referem história de sintomas respiratórios após a ingestão de AINE terão um teste de provocação de aspirina negativo.12,88

O protocolo oral de provocação por longo tempo foi executado em três dias consecutivos89 sempre em ambiente hospitalar. Entretanto, ao longo do tempo este se tornou insustentável (se os testes de provocação fossem negativos) devido aos altos custos e tempo.90-92

Em 2007, especialistas reduziram o intervalo entre doses crescentes de aspirina na dessensibilização de 180 para 90 minutos, permitindo completar o protocolo em um dia com segurança, quando bem monitorado. Estudos de Pelletier et al.93 e DeGregorio et al.94 confirmaram a eficácia desse esquema, incluindo doses de 40,5, 81 e 161 mg, com observação mínima de 3 horas após reações iniciais. Atualmente o processo, que combina teste de provocação e dessensibilização em um ambiente médico monitorado, é considerado seguro. Em casos de reações graves, utiliza-se metilprednisolona EV, mas deve-se evitar o succinato de hidrocortisona, que pode induzir broncoespasmo,95 provavelmente devido ao próprio sal succinato. Os testes de provocação nasal ou brônquica com lisina-aspirina são úteis e acrescentam segurança nos casos em que a provocação oral é contraindicada ou apresenta alto risco.96

Um Pouco da História da Aspirina e dos AINEs

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